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Vitória contra o Botafogo põe Corinthians de volta à rota e indica uma nova tendência

Corinthians faz 3 a 1 no Botafogo na rodada de estreia e agora foca na Libertadores.

Matematicamente, todo jogo vale os mesmos três pontos no Brasileirão. Algumas vitórias, porém, têm um valor ainda maior quando se observa o contexto. A do Corinthians diante do Botafogo, domingo, no Estádio Nílton Santos, por 3 a 1, pode ser vista por esse prisma. Muito mais do que só três pontos.

O Corinthians vinha abalado após duas partidas apáticas. Primeiro, uma eliminação na semifinal do Paulistão diante do São Paulo, em derrota por 2 a 1, que mostrou um time pouco combativo em clássicos. Depois, uma estreia desastrosa contra o pouco conhecido Always Ready, na Bolívia, pela Libertadores. Derrota por 2 a 0 numa atuação muito abaixo do que se espera do Corinthians-2022.

O Corinthians precisava reagir, dar uma resposta ao torcedor que vinha com cobranças fortes nas redes sociais e também no CT Joaquim Grava, numa semana em que organizados fizeram uma visita ao elenco, à diretoria e à nova comissão técnica, que fez apenas seu oitavo jogo pelo clube.

Num momento de calendário apertado, com jogo de Libertadores contra o Deportivo Cali na quarta-feira, o técnico Vítor Pereira mudou bem a escalação. Saíram Gil, Fábio Santos, Renato Augusto, Jô e Adson, que haviam iniciado na Bolívia, e apostou em Raul, Piton, Maycon, Róger Guedes e Mantuan.

Um time que rejuvenesceu, que ficou mais leve e rápido, mas que ainda assim contou com a experiência e técnica de nomes como Willian e Paulinho, dois dos protagonistas do primeiro tempo. Contra um Botafogo em estágio ainda mais atrasado, o Timão fez logo 3 a 0.

Num 4-3-3 que defendia em linha de cinco (Mantuan baixava para ajudar João Pedro), o Timão foi seguro, teve um meio-campo dinâmico, deu liberdade para as chegadas de Paulinho e teve em Willian seu grande nome, um foguete pelo lado esquerdo, criando as principais chances ofensivas do time.

Sem Willian e Paulinho, sacados no intervalo por acusarem dores, Vítor Pereira foi dando mais juventude ao time e experimentando opções. Entraram Adson e Roni, e depois Giovane, Giuliano e Mosquito nas vagas de jogadores mais cansados, casos de Guedes, Maycon e Mantuan.

Mais desorganizado, mas com o placar debaixo do braço, o Timão levou um gol em pênalti de Roni, jogador de quem nunca se pode cobrar falta de vontade, mas que ainda precisa maturar nas decisões. O relógio andou e a vitória veio. Curiosidade: o time não vencia numa estreia de Brasileiro desde 2018.

O resultado trouxe alívio numa semana de muita pressão das arquibancadas. Uma terceira derrota consecutiva jogaria gasolina na fogueira do Timão, agora em brasa morna. Na quarta, o compromisso é pela Libertadores e, em entrevista coletiva, Vítor Pereira deixou claro o que será tendência agora.

Não espere um mesmo Corinthians de jogo para jogo. Para se manter intenso, competitivo e com apetite, o Corinthians passará por mutações nas escalações de rodada a rodada. Renato Augusto ficou os 90 minutos no banco e será titular diante do Deportivo Cali, com gás renovado e energia.

As derrotas recentes deixaram marcas em Vítor Pereira e no Corinthians. Às vezes, isso pode ter sido benéfico.