Assistir a “Um Tira da Pesada” quatro décadas após seu lançamento é como se transportar para um lugar mágico, semelhante ao Wonder World, o parque temático que serve de cenário para grande parte do terceiro filme da série. No entanto, essa viagem no tempo inevitavelmente leva à reflexão sobre as escolhas pessoais e se estas estão em seu auge, conforme sugerido pelos manuais de etiqueta e os conselheiros das redes sociais. A experiência pode não ser tão gratificante quanto se espera.
Para mim, o filme de Martin Brest continua sendo o que sempre foi: uma forma de entretenimento leve e bem executada, destinada a ser consumida rapidamente e logo esquecida. O roteiro de Danilo Bach e Daniel Petrie Jr. confia principalmente no carisma de Eddie Murphy para manter o público interessado, apesar de algumas falhas na narrativa. Isso fica evidente desde a abertura do filme.
A cena inicial, que mostra a agitada Detroit dos anos 80 e culmina em uma perseguição pelas ruas da cidade, estabelece o tom para a história. No entanto, logo após, somos levados a uma delegacia, onde o detetive Axel Foley, interpretado por Murphy, precisa explicar suas ações aos superiores. Essa sequência equilibra tensão, humor e uma possível subtrama romântica, antes de mergulhar no principal enredo: o assassinato de um amigo de Foley e sua busca para desmascarar um poderoso gângster.
Uma das principais críticas ao filme é sua tentativa de abranger muitos elementos em um tempo limitado, o que resulta em um desenvolvimento apressado da história. No entanto, ao longo dos anos, tanto Murphy quanto o público parecem encontrar mais prazer na experiência, vibrando juntos com o filme e encontrando diversão mesmo nas partes mais irregulares.