Três heroínas dos quadrinhos que significam muito para gerações diferentes de leitores se encontram nos cinemas em “As Marvels”, nova aventura da editora de mesmo nome que estreia no Brasil nesta quinta-feira (9).
O lançamento é estrelado por:
Para a diretora Nia DaCosta (“A lenda de Candyman”), a ideia era dar tempo e espaço igual para cada uma, por mais que se trate de uma continuação – mais ou menos – direta do filme da primeira. “Era uma mistura de nos certificarmos que atenderíamos a história da Carol, mas também dar bom tempo de tela e de trama para as outras duas heroínas”, diz a cineasta, a pessoa mais jovem a dirigir um filme da Marvel.
Mesmo tão perto da estreia, pouco se sabe de fato sobre a trama de “As Marvels”. Por ora, o que se sabe é que, no filme, as três heroínas vivem suas vidas heróicas em diferentes partes da galáxia até que um incidente faz com que fiquem conectadas de alguma maneira. Cada vez que usam seus poderes ao mesmo tempo, trocam imediatamente de lugar. Não importa quão distantes estejam.
Com a ajuda do super agente secreto Nick Fury (Samuel L. Jackson), o trio se junta – a contragosto de algumas, e delírio da fã obcecada Kamala – para consertar o problema e enfrentar uma nova vilã (Zawe Ashton).
O teletransporte obviamente foi um grande desafio para a produção. Em uma das cenas (já exibida para a imprensa), uma está na Terra, outra está em órbita e a terceira, em uma nave inimiga a anos-luz de distância. “Você tem o seu supervisor de efeitos visuais, o coordenador de dublês, o diretor assistente, o diretor de fotografia, todos em uma sala juntos para meio que entender o que vai acontecer onde, como vai parecer e como vamos filmar isso no dia”, explica DaCosta.
“Quando você faz isso, na verdade é meio que muito simples. É como desmontar um quebra-cabeças e coletar cada peça. Daí você dá para seu editor e fala: ‘Boa sorte com esse quebra-cabeças de mil peças’ (risos). E então eles fazem um trabalho incrível ao montar tudo.”
As três personagens têm ligações muito fortes estabelecidas ao longo das décadas nos quadrinhos – e inclusive já assumiram os nomes heroicos umas das outras em algum momento.
Criada em 1982, Monica Rambeau foi a primeira Capitã Marvel das HQs. Desde então, ela já trocou de nome algumas vezes, e atualmente responde como Espectro. No MCU, ainda não recebeu um título heroico. Carol Danvers é a Capitã Marvel atual (nos cinemas e nos quadrinhos). Considerada uma das personagens mais poderosas do universo cinematográfico, ela apareceu pela primeira vez no gibi em 1968, mas só foi ganhar poderes anos depois.
Sua primeira identidade secreta foi como Ms. (Miss) Marvel. Ela também mudou de nomes algumas vezes até assumir o papel de agora, uma homenagem ao Capitão Marvel original, o alienígena Mar-Vell (sim, quadrinhos não são lá muito sutis). Kamala Khan foi só a quarta Ms. Marvel nos quadrinhos, mas ostenta o título até hoje. A primeira heroína muçulmana da editora apareceu pela primeira vez no final de 2013, em uma história da Capitã. Fã número 1 da heroína, ela assumiu a antiga identidade de seu ídolo ao manifestar poderes como membro de uma raça modificada geneticamente. Na série, a personagem teve seus poderes mudados de uma manipulação corporal para algo relacionado a luz, mais parecido com as habilidades dos outros dois terços deste trio.
Este pode ser o 33º filme do Universo Cinematográfico da Marvel (o MCU, na sigla em inglês), mas é só o terceiro de DaCosta, que aos 34 anos é a pessoa mais jovem a dirigir uma produção do estúdio. Depois de estrear com “Passando dos limites” (2018), que também escreveu, a americana foi convidada para comandar outra continuação de um personagem estabelecido. Em 2021, lançou o “A lenda de Candyman”, produzido por Jordan Peele (“Corra!”).
O terror se tornou o primeiro filme dirigido por uma mulher negra a ser lançado no primeiro lugar das bilheterias americanas. Em “As Marvels”, ela tem o maior orçamento (estimado em mais de US$ 274 milhões) já oferecido a uma cineasta preta. “Eu sei, olhando do lado de fora, quão importante era, quando eu era mais nova, poder ver mulheres negras fazendo filmes. E como isso me ajudou a tomar como algo natural que eu pudesse fazer esse trabalho. Entendo que é importante, com certeza, mas também é engraçado falar a respeito”, diz ela.
“Não é como se eu estivesse nas Olimpíadas e tivesse conseguido uma medalha de ouro, sabe? Essas são realizações que aconteceram como resultado de trabalhar muito e fazer o que eu amo. Então, é adorável, mas também não é algo que eu tinha como objetivo.”
FONTE: g1 (https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2023/11/08/as-marvels-reune-tres-heroinas-das-hqs-no-mundo-cosmico-da-capita-marvel-diz-diretora.ghtml)