Recentemente, o Voxel teve a oportunidade de experimentar algumas das batalhas épicas de Total War: Pharaoh, novo título da Creative Assembly. Retornando às raízes da icônica franquia para um contexto histórico, os desenvolvedores prometem melhorias substanciais para o jogo — mas, será que algo realmente mudou? Confira nossas primeiras impressões, logo abaixo!
Antes de mais nada, vale esclarecer que esse texto trará uma perspectiva ligeiramente diferente. Embora seja familiarizado com a trajetória comercial da franquia Total War, bem como seus avanços e retrocessos, não me considero um nato jogador dos títulos — tendo passado mais centenas de horas em Civilization VI, Age of Empires 2 e Crusader Kings III.
Dessa maneira, abordarei a análise da perspectiva de um recém-chegado na franquia, ainda que familiarizado com jogos de estratégia. O teste foi realizado em um Intel 8750H, acompanhado de uma GTX 1660Ti MaxQ e 16GB de memória RAM, através de uma instalação em SSD.
Conforme comentamos durante seu anúncio, Total War: Pharaoh é situado no último período dinástico do Egito Antigo, também conhecido como o Fim da Idade do Bronze. A época foi marcada por grandes campanhas de guerra e desastres ambientais, além de ataques ferozes do “Povo do Mar”.
Concomitante aos conflitos, o contexto ainda carregava um grande legado cultural, muito bem adaptado para o novo jogo. Nele, os jogadores poderão escolher um representante entre oito líderes, de três diferentes facções, para se tornar o novo faraó. Cada um deles com características específicas de governança e combate, promovendo variados estilos de jogo.
Diferente do último título histórico, Total War Saga: Troy, o novo Pharoh pertence à série principal da franquia e também se afastará, quase completamente, de elementos mitológicos. Embora os desenvolvedores tenham adaptado conceitos do panteão local para o jogo, muito importantes para a cultura da época, eles serão bem mais discretos — ou seja, sem unidades especiais em campo.
Durante a primeira prévia disponibilizada, pude experimentar três cenários de guerra, em diferentes níveis de dificuldade — com o último, e mais complexo, sendo a defesa de um cerco. O líder pré-selecionado foi Ramsés III, vencedor histórico da disputa e representante dos egípcios. Sua especialidade é voltada para tropas leves e maior mobilidade no campo de batalha.
O primeiro cenário de batalha, mais simples, é situado em meios às dunas e me permitiu conhecer as mecânicas de movimentação e embate sem muitas preocupações. O manejo das tropas é descomplicado, oferecendo possibilidades de microgerenciamento, caso desejado, ou uma abordagem mais direta ao ponto. Porém, o destaque fica para o sistema dinâmico de clima, que pode mudar o confronto repentinamente.
Nessa batalha, há uma tempestade de areia que começa após alguns minutos de confronto. É possível desconsiderá-la, encarando dano por segundo em todas as tropas, além da perda severa de eficiência em projéteis, ou utilizá-la ao seu favor para desencorajar os inimigos. Essa mudança de tempo é muito bem representada pelos gráficos, aumentando ainda mais a sensação de urgência e o peso do conflito.
Semelhantemente, o segundo cenário de batalha adiciona mais elementos à estratégia, trazendo um oásis e um pântano como terrenos jogáveis. Desta vez, os adversários hititas — mestres na metalurgia — utilizam armaduras pesadas, que sofrem penalidade de movimento nesses ambientes. Mais uma vez, é possível pressioná-los para locais de desvantagem, ou simplesmente encará-los de frente, com mais dificuldade. Aqui, uma tempestade severa pode acontecer, tornando alguns campos descobertos em regiões enlamaçadas — além de desmotivar as tropas e prejudicar a eficiência de projéteis.
Outra mudança é a presença das carruagens de combate, que substituem a cavalaria — não existente, de maneira formal, no período histórico. Através dessas unidades, desbloqueadas em estágios avançados de uma campanha, o jogador pode escolher a melhor abordagem: alternando entre ataques com arcos ou espadas, por exemplo.
Por fim, o último cenário de batalha é, possivelmente, o mais complexo e divertido — trata-se do Cerco de Mênfis, a capital do Egito Antigo. Nele, o jogador encara uma tentativa de invasão do Povo do Mar, uma facção que reúne guerreiros de diversas regiões. O combate se dá nas muralhas e nas ruas da cidade, sob o efeito de um tempo ensolarado e seco, aumentando as chances de incêndio e prejudicando a recuperação das tropas.
Com ataques em todos os lados, a batalha reuniu as dificuldades dos dois últimos cenários e ofereceu um desafio e tanto. Coordenar as tropas foi bastante satisfatório, já que cada comando repercutia em peso no desenrolar do conflito — como alternar para as flechas incendiárias, que podem causar dano à cidade.
Apesar de ter experimentado uma versão ainda em desenvolvimento de Total War: Pharaoh — em uma configuração portátil —, é seguro afirmar que o jogo está bem otimizado, sendo possível utilizar ajustes gráficos priorizando a qualidade de apresentação, sem penalizar severamente a taxa de quadros por segundo. A exceção, como de costume no gênero, fica para o Cerco de Mênfis, que possui muitas unidades e comandos em ação — exigindo mais poder de processamento para evitar engasgos.
E por falar em gráficos, o novo título segue a tradição da franquia e traz cenas pré-renderizadas belíssimas, além de ambientes naturais e urbanizados ricos em detalhes para a jogabilidade. Os prédios, os equipamentos, a fauna e a flora são historicamente acurados, o que garante mais imersão nas batalhas e nos momentos mais calmos de gerenciamento.
Durante os conflitos, é possível conferir melhorias nas animações dos guerreiros, convidando os jogadores a aproximar a câmera sempre que possível — um dos principais diferenciais da franquia, aprimorado em Pharaoh.
Além das pontuais melhorias e refinamentos, Pharoh é bastante parecido com Troy, gerando inevitáveis comparações — algo que pode desagradar os fãs mais exigentes, que esperavam mudanças maiores. Contudo, seu design parece versátil e convidativo para os jogadores novatos, trazendo opções que simplificam linhas de estratégia e permitem mais tempo para aproveitar a parte cinemática das batalhas.
Nesse sentido, a versão experimentada de Pharaoh possuía alguns bugs, especialmente durante as interações das tropas com o cenário. Alguns guerreiros “travavam” entre regiões com muitas árvores, e outros “decolavam” de uma maneira quase cômica quando atropelados por carruagens. Esses detalhes, contudo, ainda podem ser corrigidos até o lançamento do jogo.
Inicialmente exclusivo dos PCs, Total War: Pharaoh já pode ser adquirido na Steam e na Epic Store por R$ 299, na versão base, e até R$ 453 para a versão Dinasty, mais completa — que inclui diversos pacotes de DLC, ainda a serem lançados.
FONTE: IGN Brasil (https://www.tecmundo.com.br/voxel/264790-total-war-pharaoh-confira-nossas-primeiras-impressoes.htm)