“Taylornomics”. É assim que vem sendo chamado mundo afora um fenômeno associado à Taylor Swift: quando a cantora chega à uma cidade para um dos shows da “Eras Tour” traz consigo uma onda de gastos. Os Swifties (como são chamados os fãs) lotam hotéis, restaurantes, bares e uma série de serviços. Nos Estados Unidos, cidades já dizem que a turnê da cantora os ajudou a se recuperar do impacto econômico da pandemia, trazendo de volta os turistas, segundo reportagem do The Wall Street Journal.
No Brasil, a euforia com relação à vinda de Taylor Swift gerou uma corrida por ingressos, com centenas de fãs enfrentando sol, frio, fome e até três dias sem tomar banho para garantir um tíquete. A cantora vem ao Brasil em novembro, e a tendência é que essa febre se torne global. A turnê vai passar por cinco continentes e terá mais de cem apresentações.
O impacto é tanto que até o Banco Central americano citou os efeitos do show da cantora na economia. Em Filadélfia, a receita hoteleira teve o maior ganho desde o início da pandemia, em grande parte devido ao afluxo de convidados para os shows de Taylor Swift na cidade.
A expressão ‘Taylornomics’ faz referência ao termo “Freakonomics”, título do best-seller de Steven D. Levitt. Na tradução para o português seria algo como “economia excêntrica”, segundo o próprio autor do livro.
Drinks com nomes de músicas e donuts com rosto da cantora
A “Eras Tour” está a caminho de se tornar a maior turnê da história dos shows, com potencial de arrecadação beirando US$ 1 bilhão. Estádios de futebol, que comportam mais de 70 mil pessoas, ficam lotados. E pelo fato de a cantora ficar vários dias em uma cidade, dá tempo suficiente às empresas locais para atrair o dinheiro dos fãs.
As estratégias de vendas variam. Lojas vendem donuts com o rosto de Taylor Swift e inventam drinks com o nome de suas músicas. Segundo o WSJ, um museu em Nashville criou às pressas uma exposição dos trajes de Swift para coincidir com suas performances lá e registrou o melhor mês de receita em 65 anos de história, com 114 mil pessoas comprando ingressos.
“As pessoas faziam fila na loja e ligavam o dia todo, surtando porque queriam um donut da Taylor. Não trabalhei tanto desde que abrimos a loja” há uma década, disse a coproprietária Teresa Fox, dona da Glamdoll Donuts. “Tivemos dias de 18 horas em que não fizemos nada além de fazer donuts Taylor Swift.”
Demanda reprimida
Segundo Mara Klaunig, analista sênior da empresa de pesquisa econômica Camoin Associates, as pessoas estavam prontas para fazer uma escapada de fim de semana para ver Swift.
“Houve uma demanda reprimida para ir se divertir para sair e ser social”, disse ela ao jornal britânico. “As pessoas estão dispostas a viajar muito para vê-la.”
O Common Sense Institute, organização que monitora a economia local, prevê que os shows movimentem US$ 140 milhões no PIB do estado do Colorado. Para a turnê completa nos EUA, o instituto espera um acréscimo de US$ 4,6 bilhões na economia, gerados por gastos dos consumidores.
Em Cincinnati, cidade do estado de Ohio, os gastos relacionados à turnê de Swift chegaram a cerca de US$ 48 milhões, segundo agência de turismo da cidade, Visit Cincy.
‘Swift City’: Cidades mudam até de nome para atrair fãs
As cidades norte-americanas fizeram de tudo para acolher os Swifties. Glendale, Arizona mudaram até de nome temporariamente para “Swift City”. A Willis Tower, em Chicago, foi iluminada de roxo e dourado em uma noite, e verde e azul-marinho em outra, em homenagem a alguns dos álbuns da cantora,
No início deste mês, a Ticketmaster teve que adiar a venda de ingressos para shows na França devido a uma falha. Mais de 900 mil aguardavam para comprar ingressos naquele dia.
A cantora não vai se apresentar na Nova Zelândia, mas a companhia aérea Air New Zealand disse que experimentou um “surto Swift”: pessoas correram para reservar voos para a Austrália, onde Swift se apresentará em fevereiro. A companhia aérea teve que adicionar mais 14 voos para acomodar mais 3 mil pessoas, diz o jornal britânico. Alguns dos voos estão recebendo um número de voo especial da Swiftie: NZ1989, após o quinto álbum de Swift.
FONTE: Revista PGN (https://revistapegn.globo.com/economia/noticia/2023/07/taylornomics-turne-de-taylor-swift-causa-onda-de-consumo-nos-eua-sera-que-febre-se-repete-aqui.ghtml)