Com elementos da cultura urbana, esporte vive adaptação para estreia nas Olimpíadas em Paris-2024.
Esporte Olímpico a partir de 2024, o Breaking também ganha espaço nas culturas carioca e brasileira. Para celebrar o momento e promover o esporte, o Rio de Janeiro promove o “Breaking do Verão”, torneio “exibição” neste fim de semana, no Parque Madureira, na Zona Norte da capital fluminense.
A modalidade é oriunda da dança e começou nos guetos de Nova York, na década de 1970.
Hoje, o Breaking bebe em várias fontes, como capoeira, por exemplo. O Breakdance, como também é conhecido, é um dos quatro elementos do hip hop, uma expressão social, artística e política americana. Os outros elementos são o DJ, o MC e o grafite.
– Uma das coisas legais do Breaking é que você nunca sabe o que acontecerá no dia. Tudo pode mudar em um dia. Temos de conservar a cultura do Breaking. O esporte agora fará parte dos Jogos Olímpicos. Uma oportunidade para Breakers em todo o mundo de conseguirem apoio e continuarem crescendo. Antes, era cultura de rua, mas agora é competição, estamos em uma transição. Somos atletas. – valoriza o americano, descendente de filipino, Ronnie Abaldonado. Ele ainda compete, mas neste torneio está apenas como embaixador.
Como ele mesmo destacou, o Brasil é hoje um dos principais centros do esporte no mundo. O Breaking começou a se difundir nos anos 80 e hoje é muito forte também na Alemanha, Japão, Coréia e França, que vai sediar os próximos Jogos Olímpicos.
BRASIL: MEDALHAS EM 2024?
No Brasil, o maior b-boy de todos os tempos é Pelézinho, que para muitos, é o maior da história desta modalidade em todo o mundo. Ele participa do evento, que dará 10 mil reais aos vencedores e terá o paulista como um dos jurados.
– O Breaking transformou a minha vida. Hoje, eu conheci pessoas e países que eu nem imaginava. Nós temos muitos talentos. O Brasil tem potencial para ganhar medalhas em 2024. Vai depender muito de como a Confederação vai organizar – comentou o hoje b-boy aposentado.
No Brasil, as competições de Breaking são organizadas pelo Conselho Nacional de Dança Desportiva, entidade equivalente à CBF e a CBV. Além do Breaking, o CNDD regulamenta torneios de Rock’n Roll Acrobático, Boogie Woogie, Disco Dance, Hip Hop, Latin Dances, Para DanceSport, Salsa, Smooth, Stage Dance e Standard Dances.
REGULAMENTOS
No início, as competições tinham dois times, cada um com dez b-boys, Depois, se transformou em torneio de duplas e agora é individual. A competição carioca, que pretende ser anual, tem 32 competidores, 16 em cada naipe. Tanto no masculino quanto no feminino, são 12 brasileiros e quatro convidados.
O regulamento é claro: eles vão se enfrentando e se eliminando até restar o campeão. As semifinais e as finais serão na manhã deste domingo, a partir das 10h, enquanto as oitavas e as quartas acontecem neste sábado.
Na capital fluminense, são 12 b-boys brasileiros: Luan San, que fez história recentemente no Mundial de Breaking realizado em Paris e ficou em 4º lugar na competição, Kapu, também integrante da Seleção, Xandin, Sinistro, Allef, Khaled, Samuka, que teve uma perna amputada em decorrência de um câncer, Jonathan Nogueira, Branco, Leony Pinheiro, Tchantcho e Till. Os convidados são Lagaet (França), Bumblebee (Rússia), Sunni (Inglaterra) e Kid Colômbia.
Entre as b-girls, as estrangeiras são Jilou (Alemanha), Madmax (Bélgica), Vanessa Marina (Portugal) e a colombiana Luma. Já as brasileiras são It’sa Gonçalves, Nathana, Mini japa, Maia, Toquinha, Pekena, Karolzinha, Karyn, Darlen Keti, Nay, Keka e Savaz, que falou com a reportagem do LANCE!
– Desde o anúncio de que o Breaking se transformou em esporte olímpico, o que vi mudar muito foi a corrida pela profissionalização, pelo crescimento pessoal. Hoje, é uma possibilidade de profissão, de mudar de vida. Vejo as pessoas estudando outras áreas para ficarem mais completas – analisou a veterana de 31 anos.