Monegasco ajudou rival a garantir título antecipadamente, no GP do Japão, por erro em duelo com Pérez que custou 5s; piloto da Ferrari aceitou punição justa
A festa na garagem da RBR após o GP do Japão deste domingo, que cravou o bicampeonato de Max Verstappen, se contrastou com a decepção coletiva nos boxes da Ferrari – marcada pela rejeição do chefe Mattia Binotto à punição de Charles Leclerc, e a frustração do próprio piloto, conformado com a sanção recebida por sair da pista ao defender-se de Sergio Pérez perto da linha de chegada.
– Parabenizo Max pelo seu segundo título, mas vamos continuar nos esforçando até o fim, embora seja frustrante. O objetivo é terminar bem o ano, título de Max era apenas uma questão de tempo; já esperávamos que ele ganhasse. Temos que usar essas últimas corridas para melhorar como equipe e fazer melhor ano que vem – disse Leclerc.
A corrida no Circuito de Suzuka foi atrasada em mais de 2h e só teve menos de 75% de seu percurso total concluído. Mas como ela pôde ser encerrada apropriadamente – com uma bandeira quadriculada -, valeram as pontuações integrais da F1.
A vitória sem o ponto extra da volta mais rápida, que foi anotada por Guanyu Zhou (Alfa Romeo), ainda não concederia o título a Verstappen. Isso, é claro, se Leclerc tivesse terminado a prova em segundo.
Sob pressão do terceiro colocado Pérez por boa parte da prova, o monegasco viu o rival ainda mais perto em seu retrovisor nos metros finais da corrida. Ali, o piloto da Ferrari foi alertado pela escuderia de que haveria mais uma volta.
Na tentativa de se defender, Charles cercou o mexicano e saiu do traçado, razão pela qual foi rapidamente punido com 5s no tempo de prova. Com a queda do monegasco para a terceira colocação, Verstappen terminou o GP com dez pontos sobre o adversário, fundamentais para levar o título antecipadamente.
– Cometi um erro e tentei minimizá-lo ao passar direto. Eu não sabia que aquela era a última volta, mas uma punição era a coisa certa, para ser honesto. Os pneus dianteiros acabaram depois de quatro ou cinco voltas e após isso, tudo foi sobre tentar sobreviver até o final da prova, que foi muito difícil. Checo estava pressionando muito e eu estava realmente lutando com meus pneus – lamentou o monegasco.
Chefe da Ferrari, Mattia Binotto não escondeu a insatisfação com a punição dada a seu piloto. O italiano se queixou da rapidez na aplicação da sanção a Leclerc – em contraste com a demora na análise de uma infração de Pérez na distância para o safety car em Singapura.
O gestor da escuderia ainda criticou o fato da decisão ter sido tomada pelos comissários sem que Charles fosse ouvido. O monegasco e Max ainda concediam entrevistas quando o resultado foi anunciado.
Apesar de o campeão de pilotos estar definido, com o bi de Max Verstappen, a Ferrari segue viva no Mundial de construtores. Com 191 pontos ainda em jogo, o time tem quatro rodadas para tentar descontar 165 de diferença para a líder RBR. A F1 retorna em duas semanas no GP dos Estados Unidos, em 23 de outubro.
Fonte: Ge.Globo (https://ge.globo.com/motor/formula-1/noticia/2022/10/11/leclerc-diz-que-bi-de-verstappen-na-f1-era-questao-de-tempo.ghtml)