Imagem Post Comunidades Triibo (2560 px × 1789 px)

Exercícios podem prevenir ou causar queda de cabelo

Veja lista de dez fatores que ajudam na saúde dos fios e de oito dicas para atletas.

Por razões estéticas e de saúde, a queda de cabelo preocupa homens e mulheres de todas as idades. O corpo humano fornece diversos sinais quando algo não está em perfeita ordem, e um desses sinais é a perda dos fios.

É comum que algumas doenças e disfunções no organismo sejam descobertas quando há fortes indícios de cabelos caindo. Homens costumam se preocupar ainda mais porque, com o passar do tempo, grande parte da população masculina desenvolve calvície. No entanto, nem todos os casos estão necessariamente relacionados a problemas.

Estima-se que, em média, todos os seres humanos perdem naturalmente de 50 a 100 fios de cabelo por dia. É um processo comum, assim como o crescimento dos fios. E a prática de atividade física está diretamente ligada tanto ao processo de ajuda do bem-estar capilar quanto à queda.

A perda de cabelo devido ao excesso de exercícios se enquadra na categoria de perda de cabelo temporária e é chamada formalmente pelos especialistas de Eflúvio Telógeno (EF). Os atletas de alta performance muitas vezes passam por esse problema devido às inúmeras horas de treinos, à má nutrição e ao cuidado inadequado do cabelo.

De acordo com o médico anestesiologista Ronaldo Borges, que é especialista em em transplante e medicina capilar (conhecida como tricologia), isso gera um aumento constante do hormônio ligado ao estresse e inflamação, o cortisol. De modo constante e desregulado nesse caso, a substância atua no cabelo alterando todo seu ciclo normal de crescimento. Cabe ressaltar que se os fatores causais não forem ajustados e corrigidos, a queda pode perdurar por longos períodos.

Apesar desses fatores, um estilo de vida ativo e saudável é mais propenso a ajudar na saúde capilar do que a atrapalhar. A relação entre cabelo e atividades físicas geralmente é benéfica quando são exercícios moderados dentro de um tempo adequado e direcionados por um profissional. Dessa maneira:

  • Com exercícios moderados e regulares é possível melhorar a capacidade cardiovascular e, consequentemente, o fluxo sanguíneo para o couro cabeludo, promovendo um maior aporte de nutrientes para as unidades foliculares.
  • Por outro lado, atletas de alta performance necessitam de muitas horas de treino diárias e o corpo entende que todo esse aporte sanguíneo deve ser desviado para os músculos e órgãos nobre. Desta maneira, o cabelo sofre pois não é um órgão essencial a vida e acaba ficando “em segundo plano” para o organismo.

Além disso, é importante frisar que a rotina dos atletas de alto rendimento também pode prejudicar: viagens, competições, alterações do ciclo sono-vigília e cobrança por resultados elevam o estresse metabólico com níveis altos do hormônio cortisol, o que prejudica muito o cabelo, alterando o ciclo de crescimento.

– De maneira geral, os principais fatores ligados a queda de cabelo são genética, níveis hormonais e estilo de vida. A alimentação também interfere e muito. É essencial manter o nível de ingestão de água adequada, o que muitas vezes é difícil em competições longas, já que o atleta pode ficar horas sem se hidratar. Vale destacar também a escolha de uma quantidade de proteínas adequadas, alimentos de alto valor nutricional com vitaminas antioxidantes, que são essenciais ao fortalecimento dos cabelos. Em caso de restrições severas de dieta ou de não haver um acompanhamento nutricional individualizado para cada atleta, certamente o cabelo sofrerá – explica Ronaldo Borges.

De acordo com o médico endocrinologista Guilherme Renke, membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBMEE), o exercício físico exaustivo pode causar a redução de micronutrientes, já que ele causa danos oxidativos; como a coezima Q10, vitaminas do complexo B e substâncias como o zinco, que são importantes para a saúde do cabelo. Outro ponto é que, indivíduos que praticam exercício físico estenosante, ou seja, que causa um problema de saúde chamado estenose, podem ter uma deficiência de ferro, especialmente as mulheres. Sendo assim, é necessário ter um cuidado redobrado em relação a isso.

– A queda capilar é bem intensa quando você tem uma redução do estoque de ferro no corpo, que é caracterizado por uma baixa ferritina. Além disso, quando uma pessoa já tem uma deficiência de base, mas ela não pratica atividade física e ela inicia uma atividade ou treinamento, ela vai estar mais propícia a ter queda de cabelo, justamente por essa mudança. Precisamos lembrar que o exercício físico aumenta a produção de alguns hormônios, como cortisol, então é preciso ter um repouso e sono corretos, caso contrário, também irá impactar na saúde da pessoa, incluindo a queda capilar – reforça o endocrinologista e médico do esporte Guilherme Renke.

Ainda segundo os dois especialistas, a perda de pelos no corpo humano acontece por vários mecanismos, um deles é o déficit de alguns hormônios, como a própria testosterona. Atletas podem ter a redução dos hormônios. No caso das mulheres, elas podem ter a redução do estradiol, que é a perda de peso excessivo ou baixo percentual de gordura. Muitas mulheres que fazem exercício têm um percentual de gordura corporal abaixo do recomendado, que é de 18 a 28 por cento. No entanto, vem se observando muitas mulheres que buscam estar abaixo dos 18%. Como a gordura produz estrogênio, essa redução pode ter uma baixa nos níveis do hormônio e a mulher consequentemente ter perda capilar.

FATORES QUE AJUDAM A PREVENIR A QUEDA DE CABELO

1. Estilo de vida ativo e saudável, sem excessos;

2. Alimentação balanceada;

3. Prática regular de atividade física;

4. Aporte adequado de vitaminas com propriedades antioxidantes e de sais minerais como o ferro e zinco;

5. Medicamentos bloqueadores hormonais (quando necessários);

6. Hidratação adequada;

7. Equilíbrio hormonal avaliado por médico endocrinologista ou nutrologista;

8. Sono regular;

9. Redução do estresse e da ansiedade;

10. Acompanhamento clínico anual.

Caso a perda de cabelos já seja uma realidade da pessoa, não é necessário se desesperar. Existem diversas estratégias de tratamento clínico como medicamentos e vitaminas, que são otimizadas gerando fios mais fortes e grossos e, em casos mais avançados como o da calvície, há até mesmo cirurgias de transplante capilar.

– Além do uso domiciliar desses medicamentos, em alguns casos os médicos especialistas podem sugerir um tratamento com microagulhamento capilar (MMP) com vitaminas, fatores de crescimento e medicações que serão entregues diretamente nos locais mais afetados com excelente resposta. Aliado a isso fazemos terapia com vitaminas e minerais injetáveis na veia que aumentam de modo mais efetivo e rápido o aporte de nutrientes necessários a formação de fios mais fortes e densos. Sempre conjunto com medidas comportamentais para diminuição do estresse global, como por exemplo a meditação – explica Borges.

DIAGNÓSTICO

Tricologia é o nome dado a especialidade médica responsável por entender e solucionar os problemas relacionados ao couro cabeludo como um todo. “Trikhos” vem do grego “cabelo” e “logia” significa “estudo”. Ela estuda as origens de cada problema capilar, de forma bem ampla, considerando outras áreas médicas. O tricologista é o responsável por identificar o problema, a partir de uma consulta rica e com aparelhos específicos para a investigação, como o dermatoscópio, que amplia a visão do couro cabeludo de perto, como um microscópio que é passado pelos fios. Posteriormente, o especialista ajusta o tratamento conforme o caso.

O tricologista entende que a ausência de uma boa saúde capilar é o reflexo de outros problemas e carências do corpo. Quando o seu cabelo não está bem é possível que seu corpo também não esteja. Sendo assim, é atento não somente aos distúrbios capilares, como também a outros possíveis sintomas que podem potencializar esses distúrbios. Entre os sintomas mais comuns relacionados aos cabelos, temos: calvície (alopécia androgenética), enfraquecimento e quebra dos fios, caspa (dermatite seborreica), oleosidade (em excesso ou pouca), irritações e coceiras, foliculites, entre outros.

COMO EVITAR QUE A QUEDA DE CABELO SE TORNE UM PROBLEMA?

Um simples histórico clínico colhido pelo médico e uma avaliação laboratorial completa são essenciais e importantes para exclusão de causas endócrinas, nutricionais e/ou autoimunológicas para a queda capilar. Essas medidas auxiliam o médico para que seja feito o tratamento específico o quanto antes, a fim de evitar as estratégias terapêuticas mais agressivas ou cirurgias. Visite seu médico regularmente e conte com o apoio de uma ação conjunta de especialistas, que vão te orientar sobre a alimentação, saúde hormonal e sobre a prática de atividades físicas adequadas para cada paciente.

DICAS DE COMO ATLETAS DEVEM CUIDAR CORRETAMENTE DOS CABELOS:

  1. Tomar banho depois do treino é sempre uma boa idéia. Lave os cabelos sempre após os treinos para evitar danos causados pelo suor excessivo;
  2. Nunca vá dormir com os cabelos sujos, molhados ou úmidos. Isso intensifica o desenvolvimento de fungos e bactérias oportunistas, aumenta a produção de sebo pelas glândulas sebáceas e deixa os cabelos quebradiços.
  3. Não prenda o cabelo em uma trança ou rabo de cavalo apertado. Isso pode levar a um quadro chamado alopecia de tração. Essa tração constante e repetida promove a lesão na raiz do cabelo e ainda pode influenciar no ciclo de vida dos fios, em muitos casos levando a perdas irreversíveis de fios.
  4. Sempre lave qualquer boné suado e opte por acessórios que permitam ventilação ao couro cabeludo. O suor aumenta a oleosidade dos fios e piora muitas doenças do cabelo como a Dermatite Seborreica, mais conhecida como caspa.
  5. Na piscina, use sempre que possível uma touca para proteger os cabelos dos produtos químicos presentes na água.
  6. Sempre que possível, use leave-in com proteção solar nos fios. Além de proteger contra raios ultravioletas, ele atua como uma barreira protetora contra o vento e o suor.
  7. Siga as orientações de um nutricionista para manter uma alimentação equilibrada, que forneça os nutrientes necessários;
  8. Conte com a orientação de um profissional de educação física para um treino individualizado, adequado para seus objetivos e preparo físico.