Como o torneio será exatamente na Austrália, que já está classificada como dona da casa, o jogo de hoje valeu praticamente como amistoso. 

Se vencesse, o Brasil largaria na frente de uma corrida contra a dona da casa Sérvia e a Coreia do Sul na disputa por duas vagas no Mundial, uma vez que todos os resultados do quadrangular em Belgrado contam. Mas a verdade é que, em quadra, a seleção brasileira, desfalcada de Damiris e Clarissa, suas duas principais jogadoras, nunca teve chance real de vencer esse duelo contra as australianas.

Até porque o primeiro quarto da seleção brasileira foi muito ruim, a ponto de a Austrália abrir 11 a 0. A formação titular com Débora, Tainá, Isabela Ramona, Thayna e Erika não funcionou e todo o primeiro tempo do Brasil foi repleto de falhas. Só Débora teve 5 perdas de bola, com aproveitamento de apenas 16% dos arremessos de quadra. Isabela Ramona errou todas as suas sete tentativas, e ainda perdeu 3 bolas.

Com pouco tempo para treinar a equipe, que não se encontrava desde o Copa América do ano passado, o técnico Neto encontrou alternativas no banco e o jogo melhorou para o Brasil depois do intervalo, quando a seleção já perdia por 16 pontos — 36 a 20. A armadora Naany entrou muito bem na partida, fechando com 13 pontos. A gigante pivô Kamilla também, marcando seis e pegando três rebotes.

Mais organizado, o Brasil fez um jogo parelho com as australianas no segundo tempo. O terceiro quarto fechou com uma vantagem de apenas um ponto para as rivais no período (17 a 16), enquanto que no último quarto o Brasil pontuou mais (16 a 12), o que não fez diferença no resultado do jogo, mas deu moral para a seleção brasileira.

“Tivemos um bom segundo tempo, conseguimos jogar no ataque, controlar a defesa e vencemos essas duas parciais [na verdade, só venceu uma]. Essa é a imagem que eu prefiro ficar desta partida. Enfrentamos uma equipe fortíssima, que sempre briga por todos os títulos que joga, e conseguimos entrar no jogo e equilibrar as ações. Nosso objetivo nesse torneio é conquistar a classificação para a Copa do Mundo e temos dois jogos, contra Coreia do Sul e Sérvia, para buscar esse objetivo”, comentou o técnico Neto.

Se hoje foi quase um amistoso, no sábado o Brasil tem uma final pela frente. O jogo diante da Coreia do Sul é aquele que deve decidir o futuro da seleção brasileira. Se vencer, o time de Neto fica muito perto do Mundial, porque a tendência é a Coreia não vencer nem Sérvia nem Austrália. Mas, se perder, o Brasil precisaria de uma improvável vitória no domingo sobre a Sérvia, atual campeã europeia.