A cantora Rita Lee, rainha do rock brasileiro por seu papel integral nos Mutantes e por uma carreira solo cravejada de hits, morreu aos 75 anos na noite de ontem (8). A notícia foi confirmada pela família no Instagram.
Embora a causa da morte não tenha sido mencionada no anúncio, Rita foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021, e vinha fazendo diversos tratamentos contra a doença desde então.
O comunicado da família ainda informou que o velório de Rita será aberto ao público, acontecendo no auditório do Parque Ibirapuera, na quarta-feira (10), das 10 às 17h. Depois disso, de acordo com os desejos da cantora, o seu corpo será cremado em uma cerimônia particular.
A paulistana Rita Lee entrou para o mundo da música aos 16 anos, fazendo parte de um grupo de cantoras adolescentes e depois formando a banda Six Sided Rockers, que viria a se tornar os Mutantes. Além dela, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias estavam na formação.
Representando uma ligação entre a Tropicália e as tendências psicodélicas do rock internacional, os Mutantes se tornaram cultuados no mundo todo – de Kurt Cobain a Jack White, é difícil encontrar alguém no rock que não se declare fã da banda.
Rita ficou com os Mutantes entre 1966 e 1972, lançando cinco álbuns elogiados e emplacando hits como “A Minha Menina“, “Banho de Lua“, “Balada do Louco” e “Panis et Circensis”. Este último foi o destaque do álbum Tropicália ou Panis et Circencis (1968), que juntava vários artistas de destaque do movimento.
Depois do fim de seu casamento com Arnaldo Baptista, Rita deixou os Mutantes e formou a banda Tutti-Frutti, ao lado da amiga Lúcia Turnbull, pioneira da guitarra feminina no Brasil. O disco Fruto Proibido (1975) foi um sucesso, contendo canções que se tornariam icônicas do repertório da cantora, como “Agora Só Falta Você” e “Ovelha Negra”.
Na mesma época, Rita conhece e inicia um relacionamento com o músico Roberto de Carvalho, que seria seu marido e parceiro musical até a morte. O primeiro filho do casal, Beto Lee, nasceu em 1977, seguido por João em 1979 e Antônio em 1981.
Também da época do Tutti-Frutti – mais especificamente, do disco Babilônia (1978) – saiu o hit “Jardins da Babilônia“.
Após escrever seu nome na história da música brasileira com duas bandas, Rita embarcou com mais força na carreira solo. A partir daí começou sua época de maior apelo popular, com o lançamento de sucessivos álbuns que lideraram as paradas, e uma sequência interminável de hits.
“Mania de Você“, “Chega Mais” e “Doce Vampiro” são do Rita Lee (1979); “Lança Perfume” e “Baila Comigo” vieram no Rita Lee (1980); “Mutante” marcou o álbum Saúde (1981); “Desculpe o Auê” é do Bombom (1983); “Sassaricando” foi tema da novela de mesmo nome em 1987; “Vítima” abriu A Próxima Vítima em 1996; “Erva Venenosa” é do disco 3001 (2001); e “Amor & Sexo” apareceu no Balacobaco (2004).
Rita seguiu fazendo turnês e lançando discos até Reza (2012), que marcou sua aposentadoria. A partir de então, fez apenas apresentações ao vivo pontuais e se dedicou a escrever seu livro de memórias, intitulado simplesmente Rita Lee: Uma autobiografia, originalmente lançado em 2016 e atualizado em 2021.
Além da autobiografia, Rita foi autora infantil (o livro mais recente foi Amiga Ursa, em 2019); atriz, fazendo participações em produções como Top Model (1989), Vamp (1991), Sai de Baixo (1997) e Celebridade (2003); e apresentadora do Saia Justa (2002-2004).
FONTE: Omelete (https://www.omelete.com.br/musica/rita-lee-obituario)